Marilena Chaui, em entrevista publicada no livro Conversa com Filósofos Brasileiros, relatou que, no início dos anos 70, percebeu a necessidade de contribuir para a compreensão do autoritarismo no Brasil. Filha de pais integralistas, sempre ouvira o nome de Miguel Reale. Ao escutar uma entrevista em que Reale, referindo-se à ditadura militar, afirmava “nós chegamos ao poder”, Chaui quis entender melhor a que “nós” ele se referia. Isso a levou a estudar o integralismo. Em abril de 1977, sob o AI-5, apresentou no CEDEC a primeira versão do texto Apontamentos para uma crítica da ação integralista, publicado em 1978 no livro Ideologia e Mobilização Popular. No ensaio, Chaui argumenta que é possível identificar algumas determinações que estruturam um pensamento autoritário, algo que considera uma questão tanto epistemológica quanto política. Nesta comunicação, buscaremos acompanhar seus apontamentos sobre o funcionamento do imaginário autoritário integralista e refletir sobre possíveis semelhanças com o imaginário bolsonarista e seu modo de funcionamento.
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